terça-feira, 14 de outubro de 2014

Dilma ou Aécio, eis a questão:


Dilma ou Aécio, eis a questão: será mais nobre apoiar um dos dois através do nosso voto, tentar encontrar dentre os poucos motivos algum para justificar nossa escolha, mesmo entre as diversas pedras e setas com as quais o neoliberalismo dos dois candidatos nos alveja; ou insurgir-nos de vez contra este sistema caricato de eterna opressão do homem e da mulher, do trabalhador e da trabalhadora, do ser humano que nasce em todos os cantos deste país tão rico e têm de se acostumar a estar por baixo, humilhado diante da falta de oportunidades para tantos e as tantas oportunidades para os escolhidos, ou diríamos ainda, para os “nobres”?
Ainda não me convenci... Confiei o meu voto ao PSOL, que defende a ideologia na qual acredito. Creio então que a abstenção seja para mim a única alternativa que mantenha a minha dignidade enquanto cidadão e socialista por convicção.
Mas convencido estou de que, por mais decepcionados que estejamos com este partido que se diz dos trabalhadores, o PSDB ainda é a pior escolha, pois bem pouco é necessário para visualizarmos que para nós, que somos o povo, que carregamos esta nação no braço, algumas coisas melhoraram.
Queria que fosse diferente, queria que fosse socialismo e liberdade, mas social democracia JAMAIS!!!
Creio que as palavras do Pe. José Oscar Beozzo, apresentadas a mim através do blog de Leonardo Boff deixam claros os motivos de eu, mesmo sendo contrário à política petista, expor a minha preferência dentre os piores:

“Nesta campanha eleitoral certos meios de comunicação criaram o motto: “Fora PT”. Busca-se acabar com a “ditadura” do PT, para deixar campo livre para instaurar a “ditadura do mercado financeiro”. O que realmente incomoda? A corrupção e o mensalão?
A meu ver, o que incomoda, em que pesem todos seus limites, são as medidas democratizantes como o Pro-Uni, as cotas nas universidades para os estudantes vindos da escola pública e não dos colégios particulares; as cotas para aqueles cujos avós vieram dos porões da escravidão; a reforma agrária, ainda que muito aquém de tudo o que seria necessário, como sempre nos lembrou Dom Tomás Balduino; a demarcação e homologação em área contínua da terra Yanomami contra a grita de meia dúzia de arrozeiros apoiados pelo coro unânime dos latifundiários e do agronegócio, assim como todos os programas sociais do Bolsa Família, ao Luz para Todos, ao Minha Casa, minha Vida, o Mais Médicos e daí para frente.
Nunca incomodou a estes críticos que o Estado pagasse o estudo de jovens estudantes de famílias ricas que deram a seus filhos boa educação em escolas particulares, o que lhes franqueou o acesso ao ensino gratuito nas universidades públicas aprofundando e consolidando a desigualdade de oportunidades. Esse estudo custa mensalmente ao Estado no caso de cursos como o de Medicina de seis a sete mil reais. Nunca protestaram essas famílias contra essa “bolsa-esmola” dada aos ricos, e que é vista como “direito” devido a seus méritos e não como puro e escandaloso privilégio. São os mesmos que se recusam a ser médicos nos interiores e nas periferias que não dispõem de um médico sequer.
Os que sobem o tom dizendo que tudo no país está errado, em que pese a melhoria do salário mínimo, a criação de milhões de empregos, a ampliação das políticas sociais em direção aos mais pobres, a criação do Mais-Médicos, posicionam-se contra as políticas do PT que visam a assegurar direitos cidadãos, ampliar a democratização da sociedade, combater privilégios e sobretudo colocar um pouco de freio (insuficiente a meu ver) à ganância e à ditadura do capital financeiro e do “mercado”.”


É isso, simplesmente, o que me faz preferir que os que tiverem a coragem de votar no neoliberalismo prefiram a política do PT que, por mais que em nosso município não tenha preservado NADA do que me fazia vestir sua camisa no passado, ainda conseguiu fazer do nosso país um lugar menos miserável para a maioria da população brasileira.

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